sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Nada Brahma - O Mundo é Som
Os primeiros ensinamentos que tive em minha vida foram as palavras. Fui alfabetizada em casa por minha mãe e meu pai me deu os primeiros conhecimentos da matemática: as quatro operações. Eu tinha apenas 5 anos e adorava estudar desde esta tenra idade. Meu pai gosta de contar histórias no pouco tempo que lhe sobrava para ficar comigo pois ele trabalhava muito. Ele comprou 3 coleções de livros para mim: A primeira foi de Monteiro Lobato, ele começou a ler para mim o Sitio do Pica-Pau Amarelo depois eu segui lendo sozinha o resto da coleção. Amava aquelas aventuras e a mistura perfeita de contos internacionais com nosso folclore mágico e fantástico que já ouvia minha avó, que foi criada em fazenda, me contar como parte de sua realidade. Depois veio Malba Tahan, o pseudônimo de um escritor que tinha sido professor do meu pai no Colégio Pedro II e seus livros tinham histórias das Mil e uma Noites, através das quais ele ensinava matemática e eu achava muito interessante.
Meu pai não só contava histórias para mim, ele cantava e tinha um voz muito bonita e afinada, suas músicas preferidas eram de Dourival Caymmi, já minha mãe preferia o repertório das estrelas do rádio: Marlene, Dalva de Oliveira, Dolores Duram... e o gosto pela música, o canto e os instrumentos musicais ficaram arraigados em mim. Eu queria dançar, mas meu pai achava a dança uma inutilidade, e acabou me colocando na aula de piano, gostei muito de aprender piano e comecei a compor muito cedo, só não quis ter uma formação clássica, mas aproveitei o que aprendi durante estes anos.
Só consegui começa meus estudos de dança aos 19 anos quando minha amiga de faculdade, Beatriz de Almeida, conseguiu para mim uma bolsa de estudos com sua mestra Slava Goulenko, uma senhora russa belíssima que tinha uma escola de dança perto da minha casa, só que Bia acabou passando no concurso para o Ballet do Teatro Municipal, e logo Márcia Haydeé esteve no Brasil e encantada por seu talento a levou para o Ballet de Stutgart, na Alemanha, aonde ela acabou sendo a primeira bailarina, nunca mais a encontrei. Mas embora não tenha me tornando uma bailarina profissional nunca mais parei de dançar e cantar.
Cantar e dançar durante muitos anos em minha vida foram as coisas que mais me deram prazer e alegria. Trouxe essas lembranças e aprendizado para meus filhos, meus alunos e as crianças que encontrei pelo caminho, pois criei a Tico-Tico uma Escola de Artes para Crianças, após ter terminado a Escola de Belas Artes na UFRJ. Lancei dois discos para Criança com músicas e Histórias com o Grupo O que é que tem dentro? E até hoje de alguma forma trabalho com as crianças através do yoga e da massagem e dos cursos de formação que dou os quais começas coma criança na barriga da mãe a yoga pré-parto, as aulas são dadas com música pois até na barriga da mãe as ragas, músicas indianas tradicionais, podem beneficiar o cérebro do feto positivamente, segundo pesquisas científicas.
Atualmente canto mantras nos Kirtans que organizamos no meu Studio de Yoga e Ayurveda. Danço Mohinni Attam que é uma dança clássica indiana maravilhosa, e sempre que vou começar meus tratamentos ayurvédicos canto mantras para abençoar meus pacientes, como manda a tradição védica. Minhas aulas de yoga tem muito movimento. Vejo a prática do yoga como uma dança, vejo muito ritmo nela, hoje em dia temos o ashtanga, o vinyasa, o vinyoga (que sempre que posso vou á Índia estudar) até mesmo o yoga dance.
Meu mestre, Paramahansa Yogananda, cantava e tocava instrumentos musicais e aconselhava seus discípulos a meditarem e cantarem sempre. Seus exercícios energizantes são dinâmicos e alegres. As meditações dinâmicas do Osho, mestre indiano tântrico e Zen budhista, são dançantes, alegres e sonoras, permeadas de música.
Mas na verdade estou recapitulando minha vida e contando sobre estes mestres que encontrei pelo caminho para falar de um livro que quero recomendar que todos leiam, de um alemão que já esteve no Brasil pesquisando nossa música, Joachim - Ernst Berendt- Nada Brahma, que acabei de ler e estou encantada, pois eu nunca tinha lido um livro que tem tanto pensamento que eu já vinha concluindo pelas minhas pesquisas e meditações e jamais tinha lido antes! E quando falo sobre estes assuntos com meus alunos digo sempre nunca li sobre isto mas são conclusões pessoais minhas que acredito fielmente e de repente, encontro este livro na loja de um amigo meu, a Sansara, em Búzios, na época que dei meu último curso de imersão em yoga por lá. Lhes digo que este livro é imperdível.
Toda a sabedoria indiana esta escrita em versos- mantras, em sânscrito e pare eles esses versos são as palavras de Deus e o assunto deste livro é justamente: NADA BRAHMA - O mundo é som! OM o som do universo é o nome de Deus e cantando o nome de Deus tudo se transforma, tudo é possível. Neste livro você encontra relatos, pesquisas, testemunhos, de músicos, matemáticos, artistas, mestres de yoga, escritores, quase todos famosos que chegaram a esta mesma conclusão de formas diferentes: que tudo é som. Nos somos som, somos na verdade uma onda sonora que vibra em harmonia com o universo, e para continuarmos em harmonia o que podemos fazer de melhor por nós mesmos e cantar, dançar com a música, mas não só a música, que é tocada, mas o silêncio, a música da natureza, a nossa própria música interna, que para ouvi-la precisamos meditar. Meditem no silêncio da música do mundo. Namaste!! Hari OM !!!
Sheila Quinttaneiro
Diretora do Shiva Studio de Yoga e Ayurveda
Presidente da International Association of Yoga and Ayurveda
www.shivastudio.org
http://shivastudio.blogspot.com
www.ayurvedayogaom.org
http:// ayurvedaoyogaom.blogspot.com
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